segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Novas regras podem restringir acesso ao Parque do Cocó"

O Parque Ecológico do Cocó é um dos locais preferidos dos fortalezenses e turistas para unir lazer, esportes e meio ambiente. Porém, um novo conjunto de regras pode limitar o acesso das pessoas ao equipamento



Quem frequenta regularmente o Parque Ecológico do Rio Cocó provavelmente já notou algumas mudanças nas regras para visitar a unidade de conservação, principalmente no trecho das trilhas ecológicas, entre as avenidas Engenheiro Santana Júnior e a Sebastião de Abreu. 
Segundo a nova gerente do Parque do Cocó, Henriete Pereira, as medidas visam à preservação do local e à adequação do parque às regras estabelecidas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Mas algumas mudanças propostas pela administração do equipamento (ver quadro ao lado com todas as alterações) dividem opiniões.
O presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), Paulo Henrique Lustosa, afirma que a categoria de proteção “parque” não permite que o Cocó seja tão utilizado para lazer. “A unidade de conservação integral ‘parque’ é de uso restrito, para baixos níveis de atividades, mais voltado para pesquisa e observação”, explica Lustosa.


Como exemplo de uso inadequado, ele cita a existência de três campos de futebol no interior do parque e o fato de a população levar animais domésticos para o passeio. “As pessoas não podem achar que o Parque do Cocó é um local onde pode tudo. As trilhas não comportam pessoas, animais e bicicletas”, adverte Henriete Pereira.
O aposentado José Augusto Ribeiro, 65, concorda com a existência de limites. Para ele, os frequentadores devem abrir mão do lazer em nome da preservação ambiental. “Alguns eventos feitos aqui atraem um monte de gente. Isso é errado, pois tem efeito negativo na natureza e deixa uma sujeira grande”, opina.
Uso é compatível
Todavia, especialistas ouvidos por O POVO discordam do entendimento de que a categoria “parque” seja incompatível com as atividades de lazer. desenvolvidas no Cocó. “Não vejo restrição em realizar lazer e ecoturismo no parque”, afirma a professora do curso de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), Sarah Carneiro Araújo. 

“A recreação é perfeitamente compatível com atividades como trilhas, pique nique, passeios de barco ou bicicletas. Não existe incompatibilidade, segundo o SNUC, de atividades de lazer com parque. Ao contrário!”, destaca a ambientalista e professora do curso de Direito da Unifor, Geovana Cartaxo.
Geovana menciona alguns exemplos no País. “O Parque Nacional de Iguaçu, o mais antigo e famoso do Brasil, proporciona passeios de barco e muitas atividades em áreas de preservação. O Parque Aparados da Serra proporciona áreas de camping, pique nique, trilhas, passeios de bote etc”, pontua.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O Governo do Estado adotou novas medidas que regulam o acesso ao Parque do Cocó. O objetivo é preservar a natureza e cumprir a legislação ambiental. O problema é que algumas das medidas limitam as atividades de lazer no local
Saiba mais
Características e limites do parque
O Parque Ecológico do Cocó, na proposta original, possui 1.155,2 hectares e compreende o trecho do rio que vai da BR-116 até a foz do Cocó, na Sabiaguaba. O rio Cocó nasce na Serra da Aratanha, possui 50 quilômetros e passa por três municípios: Pacatuba, Maracanaú e Fortaleza.
Regularização
Governo promete regularizar o Parque do Cocó até o final do ano. Até lá, quer discutir com a sociedade possível mudança de categoria
 O que diz a lei
Sistema Nacional de Unidades de Conservação, lei 9.985, de 18 de julho de 2000: 
Artigo 2º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;
Art. 11: o Parque Nacional tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
§ 1º O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
§ 2º A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.
Serviço
Permissão para fotografar no Cocó
Quem: administração 
Telefone: (85) 8726 6108
Geimison Maia




FONTE: O Povo

sexta-feira, 22 de junho de 2012

"Declaração final da Rio+20: 53 páginas de boas intenções e objetivos"

RIO DE JANEIRO, 22 Jun 2012 (AFP) - A declaração final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), submetida nesta sexta-feira à ratificação de chefes de Estado e de governo das Nações Unidas, é um texto de 53 páginas, com boas intenções e o lançamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

O texto reafirma os princípios processados durante conferências e cúpulas anteriores e insiste na necessidade "de acelerar os esforços" para empregar os compromissos anteriores, homenageando as comunidades locais, que "fizeram esforços e progressos".

-"Políticas de economia verde" (3 páginas e meia do texto): "Uma das ferramentas importantes" para avançar rumo ao desenvolvimento sustentável. Elas não devem "impor regras rígidas", mas "respeitar a soberania nacional de cada país", sem constituir "um meio de discriminação", nem "uma restrição disfarçada ao comércio internacional". Eles devem, também, "contribuir para diminuir as diferenças tecnológicas entre países desenvolvidos e em desenvolvimento". "Cada país pode escolher uma abordagem apropriada".

- Governança mundial do desenvolvimento sustentável: o texto decide "reforçar o quadro institucional". A comissão de desenvolvimento sustentável, totalmente ineficaz, é substituída por um "fórum intergovernamental de alto nível". O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnuma) terá seu papel reforçado e valorizado como "autoridade global e na liderança da questão ambiental", com os recursos "assegurados" (os depósitos atualmente são voluntários) e uma representação de todos os membros das Nações Unidas (apenas 58 participam atualmente).

- "Quadro de ação": em 25 páginas, correspondentes à metade do documento, o texto propõe setores onde haja "novas oportunidades" e onde a ação seja "urgente", notavelmente devido ao fato de as conferências anteriores terem registrado resultados insuficientes.

Os 25 temas particularmente abordados incluem erradicação da pobreza, segurança alimentar, água, energia, saúde, emprego, oceanos, mudanças climáticas, consumo e produção sustentáveis.

- Objetivos de desenvolvimento sustentável: nos moldes dos Objetivos do Milênio para o desenvolvimento, cujo prazo para cumprimento se encerra em 2015, a cúpula insiste na importância de se estabelecer os "Objetivos do desenvolvimento sustentável" (ODS) "em número limitado, conciso e voltado à ação", aplicáveis a todos os países, mas levando em conta as "circunstâncias nacionais particulares". Um grupo de trabalho de 30 pessoas será criado até a próxima Assembleia Geral da ONU, em setembro, e deverá apresentar suas propostas em 2013 para cumprimento a partir de 2015.

- Os meios de realização do desenvolvimento sustentável: "é extremamente importante reforçar o apoio financeiro de todas as origens, em particular para os países em desenvolvimento". "Os novos parceiros e fontes novas de financiamento podem desempenhar um papel". A declaração insiste na "conjugação de assistência ao desenvolvimento com o investimento privado".

O texto insiste, também, na necessidade de transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento e sobre o "reforço de capacidades" (formação, cooperação, etc).



FONTE: O Povo


segunda-feira, 18 de junho de 2012

"Tauá inova no uso da energia solar"

A experiência começou com três luminárias, mas a perspectiva é ampliar o uso para outros pontos da Cidade


Foto - O Município instalou iluminação pública no Parque da Cidade, área central de lazer com três luminárias públicas. O equipamento capta a energia solar durante o dia e ilumina à noite, num projeto piloto na cidade. SILVÂNIA CLAUDINO

Tauá. 
Aqui, neste Município, onde há a maior radiação solar de todo o país, o calor, que racha a terra e enche de apreensão o agricultor nesses tempos de estiagem, traz como consolo a possibilidade de criação de emprego e renda a partir da geração de energia elétrica. E a partir desse calor, uma das fontes geradoras de energia alternativa, a solar, começa a ser utilizada de forma pioneira no Estado.

O Município acaba de instalar iluminação pública, no Parque da Cidade, área central de lazer. Três luminárias são o passo inicial nesta matriz energética, numa iniciativa pioneira e cheia de expectativa pela população local para que o sucesso do empreendimento seja garantido.
Segundo a Prefeitura, a proposta é que, a partir do experimento, outros pontos do Município em breve recebam a nova iluminação pública. Há a possibilidade de instalação de uma fábrica de energia solar no Município, que já possui a primeira usina solar do país.

As luminárias já vêm com uma placa solar inserida, que durante o dia capta os raios solares e a noite ilumina as ruas, praças e vilas do Município. Além da iluminação o equipamento traz câmeras de monitoramento. Novas luminárias poderão ser instaladas em outros logradouros públicos de Tauá.

"A experiência está sendo feita com a instalação das primeiras luminárias e a meta é ampliar para outros pontos da cidade e Município com um todo", afirma o secretário de Infra Estrutura, Renê Erlis.

A colocação das luminárias é resultado da visita de empresários israelenses em janeiro ao Município, a convite dos representantes políticos do Município. A diretoria da Globe Light & Water Systems Incorporation, anunciou que o Município foi escolhido para sediar o projeto piloto na área de energia solar. Israel utiliza a tecnologia e chega ao Brasil para realizar investimentos e implantar uma fábrica de luminárias para sistemas de iluminação pública sem o uso da energia elétrica convencional.

Vantagens

As vantagens da energia solar são muitas e os números relevantes. Não é poluente. Não influi no efeito estufa. Não precisa de turbinas ou geradores para a produção de energia elétrica. Em um ano, a Terra recebe pelos raios solares o equivalente a 10.000 vezes o consumo mundial de energia ao longo do mesmo período.

É uma energia praticamente inesgotável, disponível diariamente, que requer pouca manutenção e que não polui nem causa impactos ambientais significativos. Essa energia do sol pode ser aproveitada de forma passiva (utilizando materiais escuros para absorver o calor, por exemplo) ou de forma ativa, transformando em energia térmica ou elétrica. Há basicamente dois dispositivos de captação de energia solar que podem ser utilizados nos projetos arquitetônicos: os aquecedores solares e os paineis fotovoltaicos, que são instalados junto aos postes.

Investimento

Vários países investem na tecnologia de utilização das fontes renováveis de energia e em todas as partes do mundo, há esforços cada vez maiores e mais rápidos para transformar as "energias limpas" na bola da vez. E, nesse sentido, números positivos não faltam para alimentar tal expectativa. Organismos internacionais apontam que o mundo precisará de 37 milhões de profissionais para atuar no setor de energia renovável até 2030, e boa parte deles deverá estar presente no Brasil. Isso se o País souber aproveitar seu gigantesco potencial, já que é um dos países com maiores níveis de radiação solar no mundo.

Segundo o Estudo Prospectivo para Energia Fotovoltaica, desenvolvido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), o dever de casa no país passa, em termos de energia solar, por exemplo, pela modernização de laboratórios, integração de centros de referência e investimento em desenvolvimento de tecnologia para obter energia fotovoltaica a baixo custo. A energia solar pode ser aproveitada em diferentes níveis em todo o mundo.

Quanto mais perto do equador, mais energia solar pode ser captada. Os desertos que se encontram relativamente perto de zonas de maior consumo em regiões desenvolvidas têm a sofisticação técnica necessária para a captura dessa matriz. Os principais países produtores, curiosamente, estão situados em latitudes médias e altas, como Japão, Alemanha e os Estados Unidos.
Mais informações:
Prefeitura Municipal de Tauá Centro Administrativo
José Fernandes Castelo , 322
Telefone: (88) 3437.2068

www.taua.ce.gov.br
SILVÂNIA CLAUDINO
REPÓRTER

terça-feira, 12 de junho de 2012


Seminário   "Rio + 20 e VOCÊ!”
Universidade Federal do Ceará: auditório da Reitoria

PROGRAMAÇÃO RESUMIDA:

Primeiro Dia - 12 de Junho
  
8h20-09h50 – Abertura solene com o Governador do Ceará, Cid Gomes, e convidados


10h05 – 11h35 Mesa 1: Balanço da conferência do Rio 92 e as perspectivas do RIO+20

Segundo Dia - 13 de junho
 


8h20 – 9h50 Mesa 2: Desafios da governança ambiental, no mundo e no Brasil. 

10h05 – 11h35 Mesa 3: Crise Climática e Sustentabilidade 

11h50 – 13h20 – almoço 

13h20 – 14h50 Mesa 4: Economia verde e combate à pobreza 

14h50 – 16h20 Mesa 5: Caminhos da sustentabilidade: quais alternativas?

16h35 – 18h05 Mesa 6: O papel dos BRICS 

18h20 – 19h50 Mesa 7: Indústria e cidades sustentáveis

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"Flores e plantas exóticas são expostas na Ceasa"

Flores de vaso e de corte, plantas ornamentais e exóticas e arranjos podem ser conferidos nesta terça-feira, 12, das 7 horas às 13 horas, na Central de Abastecimento do Ceará S/A (Ceasa). 



A Feira Flor Ceasa dos Namorados reúne produtores cearenses que irão oferecer seus produtos como opção de presente para a data. O evento foi iniciado nesta segunda-feira, 11, e deve receber cerca de 10 mil pessoas.

A Secretaria de Saúde de Maracanaú irá aproveitar o evento para distribuir preservativos masculinos e femininos, materiais educativo e técnico estarão disponíveis para atendimento e orientação sobre doenças sexualmente transmissíveis.

A Feira Flor Ceasa dos Namorados é promovida pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da vinculada Ceasa e da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA).

Serviço
Feira Flor Ceasa das Mães – 11 e 12 de junho, das 7 horas às 13 horas
Av. Mendel Steinbruch, S/N. Pajuçara. (continuação da Avenida Godofredo Maciel - Detran)
Maracanaú/CE



FONTE: O Povo 

quarta-feira, 6 de junho de 2012

"País começa a explorar energia limpa das ondas"

Usina pioneira na América Latina já está pronta no Ceará e será lançada durante a Rio+20.




O País começa este mês sua primeira grande experiência para aproveitar a energia das ondas do mar. A primeira usina de ondas da América Latina funciona no porto do Pecém, a 60 quilômetros de Fortaleza e será lançada oficialmente durante a Rio+20. Para os pesquisadores, o local é um laboratório em escala real onde serão ampliados os horizontes da produção energética limpa e renovável.

O potencial é grande, asseguram. O litoral brasileiro, de cerca de oito mil quilômetros de extensão, é capaz de receber usinas de ondas que produziriam 87 gigawatts. Na prática, de acordo com especialistas da Coppe, que desenvolve a tecnologia, é possível converter cerca de 20% disto em energia elétrica, o que equivaleria a 17% da capacidade total instalada no País.

Fronteira estratégica - Antes de pensar em mais usinas no litoral brasileiro, porém, é preciso testar conceitos e comprovar tanto a viabilidade quanto a confiabilidade do projeto, que é financiado pela Tractebel Energia através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica, com o apoio do governo do Ceará.

Dois enormes braços mecânicos foram instalados no píer do porto do Pecém. Na ponta de cada um deles, em contato com a água do mar, há uma bóia circular. Conforme as ondas batem, a estrutura sobe e desce. O movimento contínuo dos flutuadores aciona bombas hidráulicas, que fazem com que a água doce contida em um circuito fechado, no qual não há troca de líquido com o ambiente, circule em um ambiente de alta pressão.

"Fazendo uma analogia com uma usina hidrelétrica, em vez de termos uma queda d'água, temos isso de forma concentrada em dispositivos relativamente pequenos, onde a pressão simula cascatas extremas de 200 a 400 metros", explica Segen Estefen, professor de Engenharia Oceânica da Coppe. "A água sob pressão vai para um acumulador, que tem água e ar comprimidos em uma câmara hiperbárica, que é o pulmão do dispositivo".

O mar tem sido encarado pelos pesquisadores da Coppe como uma fronteira estratégica na qual o Brasil pode ser o líder tecnológico. Somente no projeto da usina de ondas, foram investidos R$ 15 milhões em quatro anos.

O Ceará não foi escolhido aleatoriamente. Sua grande vantagem estratégica é a constância dos ventos alísios, resultado da rotação da Terra. O movimento do ar gera ondas regulares no mar brasileiro. Elas não são grandes, mas estão sempre batendo. Poder contar com o movimento praticamente o tempo todo aumenta a eficiência da nova usina.

"Há alguns anos, o Brasil, por suas características, não era incluído em debates ou fóruns internacionais. Hoje, entendemos que não basta ter ondas grandes. Elas atuam em somente 20% do ano. Já as nossas batem de forma constante em mais do que 70% do ano", afirma Estefen. "Desenvolvemos o domínio tecnológico para atividades que, nas próximas décadas, vão acontecer cada vez mais no mar, que cobre 71% da superfície do planeta".

Ainda há um longo caminho a ser percorrido para que as usinas de onda passem a fazer parte da paisagem brasileira. Os especialistas evitam compará-las às hidrelétricas, que, em geral, têm custo de produção quatro vezes menor.

Na corrida pela viabilidade desta tecnologia, o vento é o principal concorrente. A energia eólica costuma ter a metade do custo. No entanto, os especialistas esperam uma redução de custos com aumento da escala de produção das usinas de ondas.

"Em alguns locais, há grande vantagem estratégica para a usina de ondas. Por exemplo, há estudos para o arquipélago de Fernando de Noronha, onde a energia vem da queima de diesel. Isso leva a riscos ambientais, inclusive em relação ao transporte do combustível", ressalta o especialista da Coppe.

Abastecimento - Por outro lado, barreiras legais, além do custo, se interpõem no caminho das usinas de ondas. Algumas das localidades consideradas de grande potencial energético são preservadas por leis ambientais. Nestes casos, seria necessário alterar a legislação, num processo que costuma suscitar muita polêmica e, muitas vezes, resistência de associações locais.

"Há limitações para colocar dispositivos de conversão em áreas de preservação ambiental. Temos que levar em conta os benefícios da usina de ondas e os riscos ambientais que já existem hoje", alerta Estefan. "Dependendo do local, apesar do custo de implantação, a usina de ondas se torna mais competitiva. O Reino Unido entra com força nesta tecnologia porque julga fundamental ter fontes de energia alternativas ao petróleo. Daqui a dez anos, eles querem garantir que 20% de suas fontes sejam renováveis".

A energia gerada em Pecém será consumida no próprio porto. Mas já há planos de ampliação da quantidade de braços mecânicos com bóias, que captam a energia do mar convertida em eletricidade. Toda a estrutura é feita em módulos, que podem ser acrescentados para aumentar a potência. Basta acrescentar flutuadores.
(O Globo)

"Prefeito é denunciado na Semace"

Obra particular realizada pelo prefeito de Itapipoca, João Barroso, é alvo de denúncia na Semace. Prefeito teria desmatamento leito do rio Mundaú


Imagem cedida pelo vice-prefeito mostra suposto crime ambiental no leito do rio, cometido pelo prefeito


Uma denúncia de agressão ao meio ambiente contra o prefeito de Itapipoca, João Barroso (PSDB), foi registrada ontem na Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). O autor da denúncia é o ex-aliado político do prefeito, o próprio vice-prefeito Geraldinho Azevedo (PDT). 


Segundo Azevedo, o prefeito estaria construindo um píer na margem do rio Mundaú, no distrito de Marinheiros. “Ele tem feito o desmatamento de cinco hectares, na beira do rio, movimentação de terra e construção nessa área. É leito de rio, já é Área de Preservação Permanente (APP)”, afirmou. Ele mostra fotos de veículo da Secretaria Municipal de Infraestrutura que estaria transitando pelo terreno.
De acordo com ele, o objetivo é que a obra seja embargada e que o dano ambiental seja reparado. “Vai haver desequilíbrio ambiental e abalo no ecossistema, com a destruição da natureza. O rio Mundaú é uma beleza que a gente admira”, comentou. Azevedo ressalta que a obra tem finalidade de lazer pessoal. “Um cidadão, porque é empresário e prefeito, se arroga do direito de destruir o meio ambiente desse jeito? Que exemplo de educação ambiental ele pode dar?”, questiona.

Fiscalização
De acordo com a diretora de fiscalização da Semace, Elisabete Romão, a denúncia gerou ocorrência e uma equipe será enviada ao local para realizar a vistoria. O prefeito João Barroso explica que está construindo um ancoradouro para uso particular e que tem licença concedida pelo Instituto de Meio Ambiente Municipal. “Isso é uma denúncia vazia devido ao momento político. É perseguição política”, afirma. Conforme Barroso, o terreno tem cerca de 40 a 50 metros de extensão. Ele admite que não procurou a Semace e disse que o Município pode licenciar obras pequenas.
No entanto, segundo informações da assessoria de comunicação da Semace, se a denúncia for confirmada, e a obra estiver sendo realizada no leito do rio Mundaú, que é área de preservação permanente (APP), nenhum órgão poderia conceder a licença porque é vedada pelo código florestal. 

O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O prefeito João Barroso admite que está realizando obra no local com finalidade particular, mas alega ter licença ambiental concedida pelo próprio Município. Por este motivo, ele não solicitou licença à Semace.
Lucinthya Gomes
FONTE: O Povo

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Hoje e amanhã em Fortaleza! "Sobre as mortes de quem quer a Amazônia verde e viva"


Felipe Milanez continua acompanhando o caso e acaba de lançar o site www.amajestade.com.br

Hoje e amanhã o advogado, jornalista e cientista político Felipe Milanez está em Fortaleza apresentando o documentário Toxic Amazon: uma crônica de mortes anunciadas, que lhe rendeu o título de “Herói da Floresta” concedido pela Organização das Nações Unidas a três pessoas no mundo todo. O filme conta a história do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, assassinado a tiros numa emboscada em maio de 2011. Eles moravam há 24 anos no Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, a 50 quilômetros do município de Nova Ipixuna, distante 390 quilômetro da capital do Pará, Belém.
Dos 20 hectares que ocupavam, 80% era área verde preservada. José Cláudio e Maria viviam da extração de óleos de andiroba e castanha e eram conhecidos defensores dos 22 mil hectares de mata do assentamento, constantemente invadido e ameaçado por madeireiros e grileiros. Tido como o novo Chico Mendes, José Cláudio já falara em muitas ocasiões sobre as ameaças de morte que ele e a esposa sofriam. Felipe Milanez, que trabalhou na National Geographic e sempre fez matérias sobre os conflitos na Amazônia, conheceu o casal alguns meses antes do assassinato, ficou amigo dos dois e denunciou as ameaças de morte.
Ele já tinha material gravado e pensava em fazer o filme desde o primeiro contato. Com a morte, a vontade só aumentou. Ele cobriu o funeral como jornalista e depois passou mais um ano filmando, acompanhando as investigações da polícia, aí já em parceria com o canal norte-americano de vídeos na Internet VICE, que bancou a produção do documentário, e com a colaboração de um segundo diretor, Bernardo Loyola. “Era um casal extraordinário. Já vinha fazendo pesquisa de imagens, inúmeras reportagens. Com a morte me senti numa outra obrigação, era uma questão moral, humanitária”, adianta Felipe. Bom de papo, ele já deu uma deixa do que deve render os debates por aqui.
Para contar a história desse casal, o documentário revela vários conflitos que se agravam na Amazônia, causam muito alarde quando terminam mal – como no caso de José Cláudio, Maria e da irmã Dorothy – mas depois continuam fazendo parte do dia a dia de quem vive na região. “O assassinato deles foi um crime político, seria muito difícil contar essa história sem falar da ideologia por trás dele. É preciso explicar em linhas gerais o conflito fundiário, que motivou a morte do Cláudio e da Maria - tinha um fazendeiro fazendo grilagem no assentamento -, falar como começou a ocupação dessa região, a mais violenta do Brasil, explicar o que são os castanheiros, os que coletam de forma sustentável, falar da questão indígena. Entra muita coisa, se não o filme ficaria vazio”, diz Felipe.
Para ele, a lógica da ocupação atual da Amazônia, que estimula o pasto para o gado e a plantação de soja, explica a morte dos defensores da floresta. “É um projeto de ocupação que destrói a vida”, diz Felipe que já fez uma dezena de outras reportagens denunciando nomes ameaçados de morte na Amazônia. Toxic Amazon: uma crônica de mortes anunciadas já foi apresentado em universidades de Washington e Chicago e Coimbra. Por aqui, o público tem duas chances de assistir o filme na companhia do diretor. (Mariana Toniatti)
SERVIÇO
Toxic Amazon: uma crônica de mortes anunciadas
O quê: Exibição do documentário de Felipe Milanez, seguido de debate com o realizador. 
Quando: Hoje, às 17h na Faculdade 7 de Setembro. Amanhã, às 19h, na Faculdade de Educação da UFC.
Onde: Faculdade 7 de Setembro, rua Alm. Maximiano da Fonseca, 1395, Luciano Cavalcante. Faculdade de Educação, rua Waldery Uchoa, 01, Benfica. 
Outras informações: 3444 8300
FONTE: O Povo
Quem não puder ir, pode conferir o trabalho neste link > http://www.vice.com/toxic/toxic-amazon-part-1 

sábado, 2 de junho de 2012

"Coleta seletiva começa em 5 bairros"

Bairro de Fátima foi o primeiro a receber o caminhão de coleta seletiva do lixo e as ações de conscientização. Outros quatro bairros também terão o serviço. Três cooperativas de reciclagem irão receber os materiais


O material reciclável será coletado em cinco bairros de Fortaleza, inicialmente


Os moradores do bairro de Fátima foram os primeiros atendidos pela coleta seletiva do lixo na Capital, iniciada ontem. Segundo João Júlio Sombra, superintendente operacional da Ecofor Ambiental, essa é a primeira vez no Ceará que há caminhões financiados pelo município para a iniciativa. “Esse é um bairro muito organizado e mobilizado pela comunidade. Muitos condomínios já promovem essa separação”, afirma João Júlio. 
A coleta será realizada também nos bairros Vila União, Aldeota, Meireles e Dionísio Torres, além da sede do Banco do Nordeste no Passaré e do North Shopping. O caminhão irá coletar os materiais recicláveis, e os resíduos orgânicos continuarão sendo recolhidos na coleta normal. Na próxima semana, segundo ele, o segundo caminhão irá iniciar a coleta também no Centro. Além da coleta, será realizada, também, ações de conscientização, por meio de panfletagem e carro de som.
Júlio Lima diz que já pensou em separar o lixo, mas a forma antiga de coleta desagradava. “Eu não fazia porque eles não coletavam separado. Agora, vamos nos esforçar”, assegura, depois de conhecer a coleta seletiva no Bairro de Fátima. Para João Júlio, a coleta é uma forma de incentivar a população a separar os resíduos: “Agora começamos a fazer algo de forma ativa. Queremos aprender como a comunidade vai se adaptar e ampliar a cobertura”.
“As pessoas sempre esperam pelo poder público, mas depende também de nós. Isso é importante demais, temos que ajudar”, considera Júlio. De acordo com o superintendente da Ecofor, a coleta terá início em condomínios e empresas dos bairros escolhidos. Posteriormente, com a ampliação da cobertura, os vizinhos serão gradativamente contemplados. “Quem já tem esse material pronto será contemplado. Depois vamos ampliar priorizando a logística”, explica.
Cooperativas
O material recolhido será encaminhado para as cooperativas de reciclagem do Bom Sucesso, Jangurussu e Planalto Universo. “Além do benefício direto para a população, pois o lixo não vai mais para o aterro, a coleta vai facilitar a renda de quem trabalha com esses materiais e não vai mais precisar buscar nas ruas”, ressalta João Júlio. O material recolhido, segundo ele, será pesado e distribuído igualmente entre as três associações.
ENTENDA A NOTÍCIA
Dois caminhões da Ecofor irão fazer a coleta seletiva de resíduos em condomínios e empresas de alguns bairros. A indicação é de que seja separado o lixo seco do orgânico, que será recolhido na programação normal.
Saiba mais
Lixo seco: metais, papéis, plásticos, vidros.
Lixo úmido: restos de comida, cascas de alimentos, lixo de banheiro, varrição de casas e ruas.
Se o caminhão da coleta seletiva não passar pelo seu bairro, o material reciclável pode ser colocado nos Ecopontos:
1. Mercado Central (Centro)
2. Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Bairro de Fátima)
3. Paróquia Nossa Senhora da Glória (Jardim das Oliveiras)
4. Assembleia de Deus Canaã (Passaré)
5. Centro de Cidadania Presidente Médici(Bairro de Fátima)
6. Secretaria Executiva Regional II (Guararapes)
Cronograma de coleta da Ecofor
Segunda-feira: Aldeota, Meireles e Dionísio Torres
Terça-feira: Banco do Nordeste do Passaré
Quarta-feira: Bairro de Fátima e Vila União
Quinta-feira: North Shopping
Sexta-feira: Aldeota, Meireles e Dionísio Torres
Serviço 
Ecofor Ambiental fará a coleta seletiva .
Onde: Aldeota, Meireles, Dionísio Torres, Bairro de Fátima, Vila União, Banco do Nordeste (Passaré) e North Shopping.
Informações: 0800 275 4400

Mariana Freire
FONTE: O Povo