domingo, 9 de setembro de 2012

"Lixo e esgoto clandestino prejudicam balneabilidade"

Nem sempre os riscos ao usuário da Praia do Futuro estão somente dentro do mar. Fatores como a presença de lixo na areia e de esgotos clandestinos devem ser observados antes do banho 



Toda semana, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) divulga boletim de balneabilidade, com os índices sobre a qualidade das águas destinadas ao banho ou a atividades de lazer no Litoral cearense. Uma praia é dita própria para o banho “quando em 80% ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas anteriores, colhidas no mesmo local, houver, no máximo, mil coliformes por cada 100 ml da amostra”, explica o relatório.

Ao todo, 31 pontos são monitorados pela Semace em toda Região Metropolitana de Fortaleza (RMF): 11 no setor leste (que inclui toda a Praia do Futuro e Caça e Pesca); 10 no setor central e 10 no setor oeste. Conforme explica o gestor ambiental da Semace, Lincoln Davi Mendes, vários fatores incidem sobre a classificação das praias como próprias e impróprias, entre eles o esgotamento sanitário que corre pela região. “Sabemos que na Praia do Futuro muitas ligações clandestinas são feitas para as galerias pluviais que se lançam ao mar. Nesses casos, quando há riscos aos banhistas, a Semace não libera”, declara.

Ao longo da Praia do Futuro, existem três quilômetros de rede de drenagem no bairro, contabilizando cinco saídas de águas pluviais que escorrem para o mar, segundo dados da Secretaria da Infraestrutura do Município (Seinf). “Já identificamos, algumas vezes, irregularidades, mas é necessário acompanhar o boletim. A balneabilidade na área pode mudar de semana para semana”, aconselha o gestor.

Outros fatores que também interferem na balneabilidade são a presença de lixo ou animais “ao alcance da vista”, na região; a existência de algas nocivas e não nocivas; e o período chuvoso. “Chuva forte altera a balneabilidade. A água que vai para o mar das galerias acaba trazendo lixo e outros detritos”, alerta.

A professora doutora do Laboratório de Microbiologia Ambiental e do Pescado, do Instituto de Ciências do Mar(Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Oscarina Sousa, completa: “Pesquisas realizadas aqui em Fortaleza e em outras cidades costeiras estabeleceram o papel poluidor das galerias pluviais na área litorânea das cidades, principalmente, logo após eventos de chuva. O ideal nesses casos é ficar longe da área de deságue dessa galeria. Seja na areia ou no mar adjacente ao ponto de deságue”, adverte.

Lincoln Mendes orienta que essa apreciação independe do boletim. “É algo que você mesmo pode observar pelo clima do dia ou ao chegar à praia”, diz.

Em Fortaleza, segundo Lincoln, o setor oeste é o mais problemático. “O litoral que vai do Marina Park Hotel até a Barra do Ceará é o classificado, quase o ano inteiro, como impróprio, principalmente, pelo grande número de ligações clandestinas de esgoto”, assegura. (Sara Rebeca Aguiar)

DICAS

1. Caso não haja sinalização, a primeira atitude de um banhista que não tem familiaridade com a praia é perguntar aos bombeiros nos postos, surfistas, aos barraqueiros ou alguém que frequenta a praia há mais tempo, se o banho de mar naquele ponto é seguro (se existem rochas, se possuem correntes de retorno, etc).

2. Evite entrar no mar com ondas fortes, sozinho, e se afastar das áreas de observação dos guarda-vidas.

3. Não entre no mar após ter ingerido bebidas alcoólicas.

4. Não descuide das crianças.

5. Evite profundidades maiores do que a sua capacidade de natação permite. Se observar uma mudança brusca da profundidade, retorne às áreas mais rasas.

6. É preciso atenção para a presença de escoamento de água com característica de esgoto, mau cheiro, material fecal, resíduos sólidos acumulados, etc. Tudo isso é indicativo de que não existe um tratamento adequado dos resíduos produzidos e, portanto, essa área pode representar um risco para a saúde dos usuários.

Serviço

BalneabilidadeInformações semanais sobre a balneabilidade das praias do litoral de Fortaleza podem ser acessadas pelo site: www.semace.ce.gov.br

Sara Rebeca Aguiar

FONTE: O Povo 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

"Fortaleza será sede da maior feira de reciclagem da Região Nordeste"


Fortaleza receberá, no próximo mês, o Recicla Nordeste 2012. Trata-se do principal evento da região sobre reciclagem, meio ambiente e sustentabilidade. A promoção é do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde), com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) por meio do Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI).
A Recicla Nordeste 2012 – Feira e Seminário de Reciclagem, Meio Ambiente e Sustentabilidade, será realizada de 17 a 19 de outubro no Centro de Eventos. A feira reúne eventos que contemplam as etapas e os participantes da cadeia da indústria da reciclagem. 
A iniciativa busca ainda promover o debate da sustentabilidade e do consumo consciente. Com o tema Reciclar, um bom negócio, a Recicla Nordeste 2012 atua em três frentes: a Feira da Indústria da Reciclagem e Transformação, o Seminário Reciclagem e Meio Ambiente e a Mostra de Tecnologia e Economia Solidária.
SERVIÇO
* Outras informações no site do RECICLA NORDESTE 2012

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"Onde estão as árvores da Vila do Mar?"


A aridez promete continuar, já que não há muitos espaços para plantar nos calçadões Foto: Marília Camelo
É realmente louvável a iniciativa de requalificação urbana realizado no belo e esquecido Litoral Oeste de Fortaleza. Batizado de Vila do Mar na gestão da prefeita Luizianne Lins, o projeto foi iniciado pelo Governo do Estado com o nome de Costa Oeste, com obras iniciadas em abril de 2002, no governo Lúcio Alcântara, e sucessivamente embargadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
Quando a obra estiver concluída (só foi executada uma parte), a extensão, de aproximadamente 5,5 Km, irá da foz do Rio Ceará, na Barra do Ceará, onde foi iniciada, até o antigo Kartódromo, próximo à Escola de Aprendizes Marinheiros, na Avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste).
Aridez
Aproveito este espaço para fazer uma única ressalta – desconsiderando a falta de segurança relatada por algumas pessoas que já visitaram o Mirante Rosa dos Ventos, no Cristo Redentor – é a quase ausência de plantas e árvores. A sensação de aridez é grande.
Nos calçadões há poucos espaços destinados ao plantio e a ação, anunciada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Controle Urbano (Semam), de plantio de 400 mudas, parece irrisória considerando a extensão do local.
Ao realizar o plantio, conforme destacaram os próprios técnicos da Semam, é preciso considerar as condições ambientais do lugar, incluindo, além da alta refração dos raios solares, a forte ação dos ventos e da maresia, daí a necessidade da escolha cuidadosa de espécies e cuidado constante para que vinguem.
Para concluir, é bom lembrar que o processo de requalificação da malha viária de Fortaleza, por meio do Programa de Transporte Urbano de Fortaleza (Transfor), parece não estar atento à necessidade de ampliação da arborização da cidade para a garantia do conforto térmico, entre outros benefícios, pelo menos é o que se percebe na Avenida Pontes Vieira, onde boa parte do canteiro central está impermeabilizada, sendo mantida apenas as árvores pré-existentes.
Em tempo: para incentivar o plantio e manutenção responsável das nossas árvores urbanas foi lançada, neste ano, a “Campanha Plante uma Árvore. Semeie esta ideia”, do Grupo Edson Queiroz.
Por Maristela Crispim

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

QUIXADÁ "Maternidade corre risco de fechar as portas"

Sem dinheiro para pagar fornecedores, o Hospital Maternidade Jesus Maria José, referência na região, ameaça encerrar atendimento no fim do mês. As dívidas chegam a R$ 2,3 milhões. 

Hospital filantrópico pertence a diocese de Quixadá e atende a demanda de vários municípios do Sertão Central 

O Hospital Maternidade Jesus Maria José, considerado referência em pediatria e obstetrícia no Sertão Central cearense, pode encerrar consultas, partos e cirurgias no próximo dia 31 de agosto caso as dificuldades financeiras persistam. Todos os meses a dívida da instituição cresce em torno de R$ 130 mil, já acumulando R$ 2,3 milhões. O hospital, administrado pela diocese de Quixadá, onde fica localizado, a 158 km de Fortaleza, é filantrópico.

O diretor-geral da maternidade, o médico Maciano Silva, afirma que 97% do recurso é proveniente do Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde. Os outros 3% vêm de doações e do repasse de dez municípios da região, beneficiados pelos atendimentos. “Consigo pagar os 210 funcionários, os cinco médicos e tento equilibrar entre um fornecedor e outro”, explica.


Os valores praticados pelo convênio com a União não são reajustados há mais de dez anos, segundo Silva. Por isso, o hospital continua recebendo por 600 consultas, cada uma no valor de R$ 2,04, enquanto ao mês são realizados 1800 atendimentos.

Também de acordo com ele, há procedimentos já realizados, mas ainda não pagos pelos municípios vizinhos. Em reunião, programada para a manhã de hoje, gestores municipais e diretores da maternidade devem discutir a questão. A maternidade mantém sigilo sobre quanto receberá desses municípios. Silva aponta ainda que a prefeitura de Quixadá, responsável pelo repasse dos recursos federais e das outras cidades, “dificulta” a transferência.

A secretária de Saúde, Ana Valéria Carneiro, nega e afirma que a Prefeitura chega a antecipar 75% do pagamento à maternidade. Em outubro, a Câmara vota orçamento, prevendo 6% ao ano dos recursos do Legislativo destinados ao hospital.

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA
O único hospital de emergência pediátrica do Sertão Central pode fechar as portas caso não consiga dinheiro para pagar fornecedores. Dívidas de R$ 2,3 milhões ameaçam a continuidade de atendimentos.


Alan Santiago

FONTE: O Povo