segunda-feira, 30 de abril de 2012

"Praias viram depósitos de lixo"

Prefeitura afirma realizar limpezas diárias nas praias da Capital com auxílio de caminhões e caçambas

 FOTO: RODRIGO CARVALHO

Domingo de sol em Fortaleza é dia de um banho de mar, uma água-de-coco gelada, um caranguejo, de apreciar aquele lindo mar verde e pisar na areia branquinha. Porém, no fim da tarde, a faixa de praia deixa de ser branca e se enche de lixo, como copos, garrafas, latinhas, embalagens de alumínio com comida, caixinhas de suco e muita, mas muita casca de coco. Em meio a isso tudo, dezenas de pombos fazem a festa com os restos.

Esse cenário pode ser visto praticamente em toda orla da Capital. Na Praia do Futuro, por exemplo, o banhista que se arriscar ir até o mar precisa desviar dos cocos vazios deixados na orla por ambulantes. Em algumas barracas, ao redor das mesas existem até lixeiras, mas os frequentadores fazem questão de jogar o lixo no chão.

A última observação vista pela reportagem foi comentada pelo industrial Roberto Cartaxo que frequenta a mesma barraca há dez anos. "O lixo fica em volta das cadeiras e eles não percebem, ou se percebem não ligam. Acho que deveria haver campanhas educativas onde os próprios garçons pudessem orientar os banhistas", destaca.

Falta de Educação

O empresário Maurício Rossi, proprietário de uma barraca na Praia do Futuro, afirma recolher cerca de doze tambores, de 200 litros cada, cheios de lixo, somente aos domingos. Destes, segundo ele, 50% se encontram na faixa de praia, fora das lixeiras.

Ele ressalta que todas as barracas cumprem com o dever de recolher o próprio lixo no fim do dia, mas o problema maior está nos ambulantes, que deixam a sujeira para traz, e nos próprios frequentadores, que sem nenhuma consciência ecológica, depositam lixo na areia. "Pagamos uma empresa particular para recolher nossos resíduos. Porém, como os vendedores ambulantes não recolhem o lixo deles, nós acabamos ficando responsáveis por este também", diz.

Na Praia do Náutico, em plena Avenida Beira-Mar, lugar onde se concentra um grande número de hotéis, a cena é aterrorizante. Embalagens plásticas com restos de comida são deixadas por banhistas em diversos trechos da orla, garrafas, latinhas, copos, embalagem de água oxigenada, não há um lugar na areia que não se veja lixo.

A auxiliar de costureira que trabalha com materiais recicláveis em um projeto voluntário, sentada na areia da praia disse estar decepcionada com o cenário. "O calçadão está repleto de lixeiras, mas as pessoas não querem ter o trabalho de ir até lá. Eles sujam a praia, pegam micose e depois querem culpar a Prefeitura que não limpa. Isso é questão de educação".

Na praia da Leste- Oeste, apesar de não estar tão suja quanto a do Náutico, ainda é possível ver crianças brincando em meio ao lixo e frequentadores rodeados por copos, garrafas e latinhas sem se preocupar com aquilo.

A Assessoria de Imprensa da Secretaria Executiva Regional II, afirmou que na Praia do Futuro e Beira- Mar, três equipes realizam a limpeza diária. Ainda de acordo com o órgão, um caminhão recolhe todo o coco da Praia do Futuro todos os domingos e segunda-feiras. A Secretaria Executiva Regional I, disse que todos os dias, às seis horas da manhã, duas caçambas e um caminhão de lixo fazem toda a limpeza da faixa de praia e calçadas na Avenida leste-Oeste.

Flagrantes
Descaso se repete em toda a orla
O lixo no litoral fortalezense é gerado por ambulantes e pelos próprios banhistas. Os proprietários de barracas afirmam colocar lixeiras em torno das mesas e recolher todo o lixo no fim do dia. Mas, segundo eles, o que falta é educação e não depósitos de lixo na faixa de praia. Na Praia do Náutico, a reportagem encontrou até embalagens de alumínio com restos de comida

Karla Camila 

Repórter

FONTE: Cidade - DN

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