quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Exploração do pré-sal pode ter suporte de robô cearense"

Unifor e mais sete instituições vão iniciar a construção de um protótipo submarino pioneiro no País



FOTO: DIVULGAÇÃO
Robô Samba, construído anteriormente pela Unifor e Armtec, trouxe conhecimento à produção do novo modelo, que explorará pré-sal
A presença de petróleo no pré-sal do litoral do Estado ainda não é certa, já que a área nunca foi levantada, entretanto, os cearenses estão trabalhando para fazer parte da exploração da camada, realizada por empresas como a Petrobras. A Universidade de Fortaleza (Unifor) vai participar como co-executora de um projeto para a construção de um robô submarino do tipo ROV (operado remotamente), o qual irá auxiliar na prevenção e contenção de impacto ambiental, operação, manutenção e apoio na exploração do pré-sal. A iniciativa é pioneira no Brasil.

"Ele vai estar nessa profundidade, de mais de 2.000 metros abaixo da lâmina d´água, fazendo o papel que o homem não tem como executar. Será os olhos e os braços do ser humano lá embaixo. Nos procedimentos de prospecção de petróleo da camada pré-sal, por exemplo, ele vai fazer um monitoramento dessas atividades do fundo do mar, através de câmeras de vídeos", explica o coordenador do projeto Dragão do Mar pela Unifor, professor Ricardo Colares.




Convênio de R$ 7 mi
O equipamento, que irá atuar a uma profundidade entre dois e três mil metros, terá financiamento de R$ 7 milhões e foi aprovado no último mês de dezembro pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência e Tecnologia. Os envolvidos no projeto esperam a assinatura do convênio e a liberação do primeiro aporte, de cerca de R$ 1,75 milhão.

Oito instituições e empresas estão participando da construção do protótipo. Além da Unifor, integram o projeto a Instituição de Tecnologia da Informação e Comunicação do Ceará (ITIC), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer Campus Nordeste (CTI-NE), a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), a Universidade Federal Vale do São Francisco (Univasf), a Armtec Tecnologia em Robótica e a BWV Consultoria.

Construção
O robô será construído em fases, mas a maior parte dele será produzida nos laboratórios da própria Universidade de Fortaleza. Participarão do projeto alunos na área de Computação, para o desenvolvimento de software; Engenharia Mecânica; Engenharia de Controle e Automação e Engenharia Elétrica. "A gente tem uma experiência no desenvolvimento de robô submarino. Fizemos o Samba, para profundidades menores e, a partir desse trabalho, criamos algumas competências e fomos procurados para compor uma equipe de várias instituições visando à construção do Dragão do Mar", afirma Ricardo Colares.

Conclusão em 3 anos
Tão logo o primeiro aporte seja repassado ao projeto, os trabalhos de construção do robô serão iniciados. A previsão é de que o protótipo seja finalizado em até três anos. A partir disso, e com o domínio da tecnologia, será possível fabricá-lo em escala comercial a fim de dar suporte a demanda das petrolíferas.

Estatal já faz uso
A Petrobras já utiliza robôs semelhantes para dar suporte à exploração da camada pré-sal, mas são importados e têm o custo de R$ 50 milhões a cada dois anos. Com uma produção nacional desse dispositivo, esse valor poderia ser bem menor, já que só para a construção do protótipo serão empreendidos R$ 7 milhões. Comercialmente, ele sairia a um valor bem menor, que seria somado ao suporte técnico do equipamento. "A Petrobras é a maior interessada no desenvolvimento desse projeto. O pré-sal é nosso, e é ela quem está prospectando esse petróleo, e deverá ser o primeiro cliente, já que importa robôs desse tipo", destaca.

Para Ricardo Colares, esta será uma grande oportunidade de contribuir com o desenvolvimento do País. "É uma chance para por em prática os conhecimentos e o envolvimento dos alunos e no desenvolvimento de uma tecnologia nacional que vai contribuir com o País", finaliza o professor.

DIEGO BORGES

REPÓRTER

Contribuição
"É uma chance excelente de pôr em prática os conhecimentos para o desenvolvimento de uma tecnologia nacional".


RICARDO COLARES

Coordenador do projeto pela Unifor


FONTE: Negócios - DN

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