quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Estádio Verde: Castelão será um legado para as futuras gerações

Reduzir. Reutilizar. Reciclar. 
A regra dos três erres entra em campo quando o assunto é a preservação do meio ambiente. A busca pela sustentabilidade é perseguida todos os dias na obra de reforma, ampliação, modernização e adequação do Estádio Plácido Aderaldo Castelo, o Castelão, para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Segundo o secretário especial da Copa 2014, Ferruccio Feitosa, a iniciativa gera impacto não só local, mas nacional. “Este é um importante momento para conscientizar todas as sedes da necessidade de se criar uma unidade em prol de um grande projeto de desenvolvimento econômico e ambiental para o nosso Brasil”.

Pensando nisso, o consórcio responsável pela execução do projeto vem desenvolvendo uma série de ações de curto, médio e longo prazo para construir um estádio verde, sustentável e ecologicamente correto. Com uma consultoria contratada especialmente para orientar todo o processo, as ações começam no canteiro de obras. O consórcio construtor, formado pelas empresas Galvão e Andrade Mendonça, possui um Sistema de Gestão Ambiental certificado que busca o uso racional do dos recursos naturais e a preservação da biodiversidade com uma melhor administração dos resíduos sólidos produzidos.

Um exemplo disso é a usina de reciclagem que foi montada dentro
do canteiro de obra, onde todo o concreto obtido das demolições está sendo reciclado para ser usado na pavimentação do novo estacionamento. O respeito ao meio ambiente está tão presente no dia-a-dia da obra que foi implantado um “lava-rodas” de caminhões, um sistema para evitar sujeira no entorno da construção, bem como o desgaste do solo.

A meta é desviar de aterros sanitários 75% dos resíduos gerados na construção do estádio. Outro exemplo é a antiga coberta do estádio. A parte metálica da cobertura, bem como a estrutura de aço do que foi demolido, está sendo cuidadosamente separada e destinada para reciclagem. Além disso, os materiais que ainda estão bons para uso estão sendo doados e destinados para seu uso original. Ao todo, mais de treze cidades foram beneficiadas com doações de quase 60 mil cadeiras, placares eletrônicos, gramado e cobertura dos bancos de reserva, entre outros.

De olho no futuro

Disseminadas em todo o ciclo de vida da obra, as ações ganham continuidade com as equipes de projetistas. Desde a compra de materiais até os projetos de arquitetura, hidráulico, elétrico, luminotécnico e de automação, cada detalhe é pensado minunciosamente para construir a sustentabilidade no estádio. Com todas essas inovações, o Castelão será um exemplo de estádio verde, sustentável, apto a receber um dos principais selos verdes, a certificação internacional Leed, que em inglês significa Liderança em Energia e Design Ambiental. No plano nacional, o consórcio responsável pela obra já obteve o certificado ISO 14001.

Hidráulico - O Castelão contará com sistema eficiente de reaproveitamento da água da chuva para a irrigação do campo e para os sanitários. Além disso, serão utilizados metais e louças com menor consumo de água, como descargas Dual Flush e torneiras com temporizadores.
Elétrico, Luminotécnico e Automação - Com o objetivo de reduzir o consumo de energia nos edifícios, todos os aparelhos de ar condicionado serão trocados por modelos mais eficientes e econômicos. Além disso, a nova arena terá sensores de presença para iluminação, tudo pensado para evitar desperdício.

Especificação de materiais - Serão usados na obra portas com selo 100% FSC. Esse selo é internacional e aprovado pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal que garante que a madeira extraída vem de florestas de manejo. O cuidado chega ainda no uso de tintas, colas e selantes, entre outros materiais usados no dia-a-dia da obra. Tudo é escolhido para garantir a qualidade do ar e dos ambientes tanto para quem os aplica quanto para quem vai utilizar os ambientes no futuro.

Arquitetura - A coberta do estádio será translúcida para evitar o efeito “ilha de calor”. Outra novidade diz respeito às reservas de vagas solidárias. O Castelão contará com espaços reservados para carona solidária; carro com combustível renovável e bicicletário para funcionários.

11 comentários:

  1. A empresa é de Salvador/Bahia, Professor: (www.andrademendonca.com).

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  2. A empresa também é responsável pela obra do novo Centro de Convenções.

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  3. Tal empreendedorismo ambiental deve ser pego como exemplo por outras empresas, pois não traz só benefícios ambientais. Mas traz também benefícios sociais e financeiros, bem como vantagens competitivas para a empresa que aposta em tal modelo.

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  4. Espero que a ideia de "copa sustentável" que estão divulgando, se propague para além das obras... vamos acompanhar!

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  5. Interessante saber que há planejamento de um "estádio verde" tão próximo de nós!
    Em julho participei do evento "All About Energy", e pude ver a divulgação do Plano Copaverde por um de seus idealizadores, Ian Mckee. Na ocasião, ele deu ênfase ao estádio que está sendo construído em Brasília, que deverá ser o primeiro a ter selo Platinum de qualidade do mundo, e tem como base o "Green Building", que fico feliz em saber que também deverá ser aplicado no Castelão.

    aqui está o site da CopaVerde, com maiores informações: http://copaverdeplan.com/copaverdeplan/OPlano__Principal.html

    "CopaVerde não se refere aos eventos em si, mas sim nas ações referentes à sustentabilidade do país antes, durante e depois destes eventos."

    É muito bom saber que há preocupação em criar espaços esportivos sustentáveis, já que a concentração de pessoas, e consequentemente, gastos de energia, criação de lixo e impactos ambientais é tão grande.

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  6. Por um lado pessimista... infelizmente isto só acontece devido a pressões externas ... da Fifa, etc. Alguém pensou em algo parecido para a reforma do PV?

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  7. Sim, é o padrão Fifa de políticas públicas. Parece que é bem mais importante do que toda luta ambiental, leis e a população. Nesse sentido, a Fifa não impõe restrições para a retirada de pessoas atingidas pelas obras da Copa, como a comunidade dos trilhos em Fortaleza, o Morro da Mangueira no Rio de Janeiro.
    No caso da construção civil já é um passo, porque demonstra que é possível.
    Fortaleza tem uma empresa especializada em resíduos da construção civil, com propostas para habitação popular e cobertura asfáltica. A nova regulamentação de caçambas, feita pela SEMAM facilita o trabalho.http://www.usifort.com.br
    Aqui as empresas recicladoras cadastradas no SINDVERDE-CE: http://www.fiec.org.br/portalv2/sites/sindverde/home.php?st=associadas

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  8. Pois é, enquanto se propaga essa ideia de "Copa Sustentável", quantas e quantas obras estão sendo construídas sem o mínimo de responsabilidade ambiental?
    Mas com certeza vale a iniciativa, pois tudo precisa de um início, quem sabe daqui a alguns anos possamos ver mais construtoras (aqui no Ceará) se utilizando dessas ideias.

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  9. "Linha Parangaba- Castelão do VLT é cancelada -Torcedores que assistirão aos jogos do Mundial terão que encontrar outros meios para completar o trecho"
    LINK: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1029149

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  10. Sobre essas discussões, matéria do Estadão: http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,brasil-quer-fazer-copa-verde-em-meio-a-problemas-ambientais,605977,0.htm

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