sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Como está Fortaleza? "Índice de Cidades Verdes: EcoD mostra mais uma série de boas práticas"

Monterrey, no México/Foto: Reprodução

As grandes metrópoles latino-americanas sofrem com as consequências de alguns problemas urbanos básicos, como o crescimento populacional desordenado, as desigualdades sociais e a poluição, apenas para citar alguns exemplos. No entanto, práticas sustentáveis também têm sido desenvolvidas na região. Depois de divulgar dez destas ações, o portal EcoDesenvolvimento.org apresenta mais uma série de iniciativas que buscam melhorar a qualidade de vida das grandes cidades.

As boas práticas que vamos mostrar nesta quinta-feira, 5 de janeiro, são das cidades de Monterrey (México), Brasília, Montevidéu (uruguai), Santiago (Chile) e do Rio de Janeiro. Tais modelos integram o Índice de Cidades Verdes, (GCI, na sigla em inglês), produzido pela Economist Intelligence Unit, com o patrocínio da Siemens.

Monterrey e Brasília são destaques quando o assunto é a gestão dos recursos hídricos. A cidade mexicana reduziu os vazamentos em seu sistema de água de estimados 32% em 1998 para 21% em 2008, por meio de um abrangente programa que inclui a verificação e substituição de válvulas, atualização dos canos, instalação de medidores de pressão e hidrômetros nos domicílios, detecção de vazamentos e eliminação de conexões ilegais. 


Brasília tem boa infraestrutura hídrica/Foto: Reprodução


Brasília ocupa uma posição acima da média em relação à água. O seu vigoroso desempenho nessa categoria se deve, em grande parte, a uma taxa comparativamente baixa de vazamentos. A capital federal perde 27% do seu abastecimento de água devido a vazamentos, taxa inferior à média de 35% das 17 cidades. Somente Monterrey e Puebla (também no México) apresentam taxas mais baixas. A infraestrutura de água de Brasília é relativamente nova, e, portanto, mais eficiente do que a de muitas outras cidades do Índice. Quase 100% da população tem acesso à água potável, de acordo com as fontes oficiais.
Em média, Brasília consome 176 litros de água por pessoa por dia, em comparação com uma média, no Índice, de 264 litros.

A capital possui uma agência reguladora de água, energia e saneamento básico, a qual, em conjunto com a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), monitora regularmente o sistema quanto à presença de poluentes. Além disso, Brasília está tomando medidas para preservar a qualidade dos seus vastos recursos hídricos subterrâneos, das fontes naturais e do lago artificial Paranoá.
Com o intuito de reduzir o consumo de água, em 2009 a cidade adotou uma medida que oferece aos consumidores um desconto de 20% na conta se eles consumirem menos em um determinado mês comparado ao mesmo mês no ano anterior.

De volta à Monterrey, a cidade também merece ser citada por seu combate às mudanças climáticas. O plano de ação do governo do Estado que abrange a cidade propõe a redução significativa das emissões de dióxido de carbono (CO2) durante o quinquênio 2010-2015. O relatório foi desenvolvido pelo Instituto Monterrey de Tecnologia e Ensino Superior, em cooperação com os governos federal e estadual. O planejamento sugere várias medidas para reduzir as emissões em prédios, transporte e eliminação de resíduos, entre outras categorias.

Em 2003, o governo estadual assinou um contrato de US$ 17 milhões com a empresa privada Bioeléctrica de Monterrey, para abrir uma concessionária de geração de energia, a Bioenergía de Nuevo León (Benlesa). A empresa usa resíduos sólidos não perigosos como fonte de energia renovável por meio da incineração do metano em aterros sanitários. O projeto supre totalmente a energia necessária ao sistema do metrô da cidade, que possui duas linhas e também 45% da iluminação pública. O objetivo é fornecer 100% da eletricidade de iluminação pública até 2012. As autoridades locais dizem que o projeto reduziu emissões de CO2 em 1,2 milhão de toneladas desde o início das operações.

Capital uruguaia, Montevidéu é a única cidade do país a aderir aos princípios da Agenda 21/Foto: Reprodução

Governança ambiental

Montevidéu, por sua vez, está acima da média no quesito governança ambiental. A capital do Uruguai tem um departamento de fiscalização ambiental com a capacidade de implantar a sua própria legislação sobre o tema. Todavia, as atribuições do departamento são um pouco limitadas em comparação às cidades de melhor pontuação no Índice. As políticas referentes a resíduos, transportes, energia e mudanças climáticas, por exemplo, não são diretamente controladas pela autoridade ambiental municipal. A cidade destaca-se no monitoramento do seu desempenho ambiental, publicação dos resultados e em dispor de um ponto central de contato para que os moradores obtenham informações
sobre projetos ambientais.


Montevidéu é a única cidade do Uruguai a aderir aos princípios da Agenda 21, um plano das Nações Unidas com orientações para a inclusão de considerações ambientais na elaboração das políticas de governo. Com este objetivo, a cidade criou o “Grupo Ambiental Montevidéu“, uma associação de ONGs, empresas e organizações públicas que supervisiona e controla o comprometimento da cidade com metas ambientais. O grupo tem também workshops sobre temas ambientais, como qualidade do ar e gestão de resíduos.

Espaços verdes
Quando o assunto é a criação de espaços verdes, Santiago do Chile e o Rio de Janeiro pedem passagem. A capital chilena planeja ter incorporadores privados transformando 3.900 hectares da área da cidade em parques públicos e espaços verdes em troca de acessarem outros 5.700 hectares para incorporações prediais. A metrópole já está expandindo seu sistema de metrô - está bem adiantada para a conclusão de um prolongamento de 14 km em uma das linhas e pretende uma sexta linha que cobrirá 15 km e 12 novas estações. A nova linha foi projetada para melhorar a integração do metrô com a malha sobre trilhos e os ônibus.

O Rio de Janeiro está criando novas pistas para bicicletas e espaços verdes, inclusive desenvolvendo um corredor verde coberto por 11.000 árvores como parte de um projeto maior de US$ 202 milhões para revitalizar seu porto no centro histórico da cidade. O projeto “Porto Maravilhoso” também reformará os prédios históricos em mau estado e melhorará o acesso ao transporte e os serviços de saneamento básico.





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