terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Desmistificando a Energia Eólica no Brasil

Por Natália Maria Palmeira de Alencar


No atual contexto ambiental, em que há urgente necessidade de redução de emissão de poluentes, quando se pensa em energia renovável, as hidrelétricas ainda são vistas como as mais viáveis. Mas e quanto à energia limpa? Hidrelétricas, apesar de não serem poluentes, como termelétricas, ainda geram impacto ambiental e necessitam de grande gasto com manutenção.
Qual seria a solução? É nesse momento da discussão que as “energias alternativas” são lembradas. A geração de Energia Eólica tem avançado no mundo, não apenas líder entre os BRICS, a China vem mostrando liderança mundial nos investimentos no setor. O contraste é que a China ainda possui grande parte de sua energia gerada a partir de combustíveis fósseis, e vem investindo para fazer a transição para a geração de energia limpa, enquanto o Brasil, que tem plenas condições físicas para desenvolver o potencial energético eólico, ainda o faz insuficientemente. A questão é: por que?
Estudos recentes mostram que o potencial energético eólico do Nordeste, sozinho, seria capaz de suprir dois terços da demanda energética nacional. O que seria atingido caso cada área com “bons ventos” no território brasileiro fosse aproveitado? Ainda existiria necessidade de construção de hidrelétricas bilionárias, com grandes impactos socioambientais? A negativa é simples e automática.
Os contra argumentos focam nos elevados preços de instalação de um parque eólico. Sim, é verdade que o investimento inicial é alto, mas há de se convir que a autosuficiência de uma turbina eólica, que não necessidade de abastecimento nem para iniciar sua operação, aliada a pouca necessidade de manutenção de uma turbina, que tem duração média de 20 anos, compensam o gasto. É necessária uma abordagem visionária, que não foque apenas na necessidade de aumento de demanda de energia atual, e sim, no futuro.
Se antes as torres eram limitadas a 50m, com o avanço tecnológico, as torres chegam a 120m de altura, aumentando a capacidade de geração de energia de cada turbina.
O Brasil deve se espelhar no exemplo de países como Alemanha e China e complementar sua matriz energética com seu vasto potencial eólico, e o governo deve ajudar a vencer a barreira financeira, dando incentivos para a expansão do setor.Priorizando o setor, será conseqüente o barateamento da montagem dos parques eólicos, que podem ainda dividir terreno com outras atividades, como agricultura e pecuária. É preciso romper com os antigos modelos e domínios energéticos e amarras políticas envolvidas e investir no progresso.

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